O que os jovens acham da moda?
Qualquer jovem atualizado faz questão de dizer que ‘não liga para a moda’. Estar na moda é uma expressão que conota algo superficial, fugaz, efêmero, ligado mais às ‘aparências’ do que aos ‘conteúdos’. Seguir a moda é pior ainda! Significa ‘submissão ao gosto dos outros’, das marcas, dos estilistas, dos editores de moda, dos ‘formadores de opinião’, dos ‘modernos’ e por aí vai… Hoje, o jovem quer ‘ser style’. Ter estilo é algo mais pessoal, original, profundo, ligado à personalidade, ao caráter das pessoas.
Para se estar na moda é preciso possuir as informações ‘corretas’, bastando para isso acompanhar os ‘cadernos de tendências’, os ‘últimos lançamentos das grifes’, as ‘listas de in & out das revistas fashion’ ou, até mesmo, os conselhos de um ‘personal stylist’. Para se ter estilo é preciso possuir cultura e conseguir interpretar as informações de uma maneira pessoal. Não é apenas uma questão de ‘bom gosto’, é preciso ter um gosto próprio em sintonia com o ‘gosto do momento’, com ‘a atmosfera da época’, com ‘o espírito do tempo’, com o ‘zeitgeist’. É preciso ‘entender a liguagem’.
Por isso, hoje, não se fala, por exemplo, de uma ‘moda hip hop’, pois essa descrição soaria pejorativa. Não se fala também em ‘movimento hip hop’, o que ainda daria uma impressão de ‘coisa passageira’, 'descompromissada como uma moda’. Cultura hip hop é termo que os jovens usam para designar esse conjunto de valores, estilos, comportamentos e expressões artísticas. Assim também são tratadas a cultura punk, a cultura skate, a cultura eletrônica etc. Esses, inclusive, são exemplos de culturas que se tornaram mais perenes do que o boom inicial sugeria. Todas foram tratadas, em seu tempo, como ‘a moda, a mania, a febre do momento’ e, hoje, representam estilos de vida consolidados. Não dá nem para imaginar até quando vão durar...
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