Por que levar o skate tão a sério?
Exatamente pelo motivo contrário: por tratar-se de um esporte-diversão. O skate é um desses esportes ‘contemporâneos’, que aboliram a competitividade em função de uma relação mais descontraída com o desempenho atlético. “Skate for fun” é uma das expressões mais queridas entre os skatistas. Pode-se dizer que tudo começou com o surf... Atletas ‘de bem com a vida’, companheiros entre si, os surfistas sempre estiveram mais preocupados em desafiar seus próprios limites do que compará-los aos dos outros.
O sucesso desses esportes não competitivos se deve, principalmente, ao seu caráter socializante, aglutinador, que agrega pessoas diferentes em volta de objetivos, causas, estilos e filosofias de vida comuns. Ao contrário, por exemplo, do futebol, do basquete ou das corridas, que são disputados aguerridamente por competidores a quem só interessa a vitória, incentivados por torcidas que se dividem entre ganhadores e perdedores.
Atualmente o skate está muito mais organizado do que era no início. Possui federações, campeonatos, rankings etc. Tudo devidamente profissionalizado, patrocinado, comercializado, mercantilizado... Mas nem todo esse sistema consegue eliminar a atmosfera de descontração que os skatistas fazem questão de manter sempre bem aparente. Por exemplo, nos campeonatos é comum vermos vencedores dividindo a premiação com os colegas ou a platéia comemorando muito mais uma mera tentativa de manobra arriscada do que a própria divulgação do vencedor. A conta bancária dos profissionais também não acompanha necessariamente a sua posição no campeonato: ganha mais quem tiver mais carisma, estilo, atitude. Enfim, no skate, certamente dá-se menos valor à vitória do que ao modo como ela foi conquistada.
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