Mas por que dizer que skate também é cultura?
Embora o skate seja um esporte ativo, arriscado, que exige um certo desenvolvimento técnico, além de bom condicionamento físico, coordenação motora e capacidade de concentração, boa parte do seu encanto reside nas suas características estético-comportamentais. Mesmo para o julgamento da performance de um atleta, critérios subjetivos como ‘plasticidade’, ‘estilo’ e ‘coragem’ têm tanta importância quanto a dificuldade técnica das manobras executadas. Nos campeonatos, os juizes acompanham cada skatista ao som de músicas escolhidas especialmente para as suas apresentações, à moda da ginástica olímpica, da patinação ou do nado sincronizado.
Outra importante indicação de quanto o skate está ligado à estética e ao comportamento é o culto à não uniformização do atleta. Pode-se dizer que exite uma certa ‘aversão’ do skatista com a idéia de ‘vestir a camisa do time’, sendo esse um comportamento que realça o aspecto não competitivo do esporte, bem como o respeito ao gosto pessoal de cada um. A individualidade, a originalidade, a autenticidade estão entre os atributos fundamentais de um skatista, quase tão valorizados quanto a sua habilidade e equilíbrio em cima do skate.
Talvez essas características peculiares tenham transformado o skate num dos esportes que mais contribuem com os movimentos de moda, ao longo dos tempos. Do skate-surfista, ao skate-punk, ao skate-rock ou ao skate-rapeiro, muitos estilos têm se criado e difundido em parceria com o skate, a ponto de não mais se poder caracterizar um ‘típico skatista’ somente através do seu aspecto visual. A valorização do estilo próprio combate os esteriótipos e incentiva a diversidade de correntes artísticas e modas dentro do skate, garantindo com isso, um ambiente arejado por renovações constantes. É exatamente a capacidade de rejuvenescimento e o potencial evolutivo que dão ao skate o status de cultura.
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