A sociedade marginaliza os jovens?
Sim. As instituições sociais não conseguem acompanhar o ritmo dos jovens. Enquanto a cultura juvenil é rápida e pródiga em modas, novidades, transformações, mudanças, revoluções… a parte ‘responsável’ da sociedade responde lentamente, com leis, ordens, regras de bom gosto, de boas maneiras…quase sempre desatualizadas.
Há décadas atrás era comum ouvir de pais e educadores, que ‘o gibi e a televisão emburreciam as crianças’. Demorou para que o preconceito se dissipasse e esses meios de expressão e comunicação fossem respeitados e, inclusive usados como recursos pedagógicos. Hoje, acontece a mesma ladainha com o vídeo game, o vídeo clip, o skate, o grafite, a tatuagem etc.
A sociedade, através da família, do governo, da polícia, da igreja, da escola… tem uma certa tendência a repelir ‘automaticamente’ tudo aquilo que incita, subverte, desobedece, provoca, ‘sai dos trilhos’. Basta que alguma coisa ameace a ordem estabelecida e essas instituições oficiais encontram, rapidamente, meios de rechaçar, reprimir, desautorizar, desestimular, desaconselhar, proibir, criminalizar… O importante é acabar com as ameaças e com os seus agentes, marginalizando-os, tirando-os de circulação.
A juventude mais inquieta gosta do desafio e não se intimida. Incomoda, transgride, questiona, provoca, se impõe, mesmo que agressivamente. Faz um importante papel social, que é o de mexer com as estruturas, quebrar paradigmas, detonar velharias, destruir lugares-comuns, ainda que esse papel estimule ainda mais a sua marginalização.
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