A juventude é rebelde ainda hoje? Contra o quê? Contra quem?
Muitos pais podem estar se perguntando porque a juventude do final dos anos ’60 “era tão mais politizada, mais engajada do que a de hoje”. Isso é apenas impressão! Antigamente o discurso é que era super valorizado. As acaloradas e intermináveis discussões em assembléias eram o máximo de atuação a que chegavam a maioria dos militantes estudantis de então.
Hoje, a ação tomou o lugar do discurso. A política passou a fazer parte do cotidiano. O formato das reuniões mudou, a linguagem se modernizou, se atualizou... As assembléias estudantis foram trocadas por shows de hardcore ou hip hop... Os manifestos e palavras de ordem estão explícitos em letras de músicas, em fanzines e camisetas. A estética é outra mas o 'gancho' é sempre a identificação da rebeldia juvenil com os oprimidos em geral.
E parece que é cada vez mais abundante a 'produção' de oprimidos pelo mundo! Além dos já tradicionais 'povos constantemente recolonizados pelas potências imperialistas', 'dos pobres explorados pelos ricos', surgiu, nas últimas décadas, a classe dos oprimidos urbanos. É 'a periferia pobre das grandes cidades industriais e pós-industriais, povoada por migrantes legais ou clandestinos e outros excluídos, tentando aproveitar os restos da riqueza cada vez mais concentrada nos centros financeiros das metrópoles'.
E contra toda essa opressão, continua por aí a rebeldia juvenil atirando pedras na polícia que protege a cúpula do G-7, onde os Chefes de Estado se reúnem para decidir o destino do mundo globalizado. Rabiscando os muros ostensivos que protegem o Primeiro Mundo, que marginaliza a periferia, brutaliza o cidadão e promove a violência. Estampando a pele dos que não querem ser dominados pela ditadura da moda, que enaltece o consumismo inconseqüente e alienante. Boicotando as grandes corporações transnacionais que escondem suas práticas desleais atrás de publicidades milionárias. Tudo num misto de ações organizadas e voluntarismos isolados...
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