Então, o que está na moda, entre os jovens, atualmente?
A geração energética do Rock’n’roll anos ’60, em pleno exercício de auto afirmação definia que o legal era ser diferente. Diferente dos pais, diferente dos professores, diferente dos normais. Vestir roupas diferentes, deixar o cabelo crescer, fazer sexo sem culpa ou qualquer coisa que os diferenciassem de todos os ‘mais velhos’.
Para a geração politizada pós ’68, o problema já não era ser jovem ou não. Estar à direita ou à esquerda do sistema, ‘escolher o lado’ é que era a questão fundamental. E essa escolha era, então, discutida, debatida, reestudada, rediscutida e blá, blá, blá, blá... O legal era ter uma opinião formada, bem definida, ao contrário do corpo, que se tornara uma coisa superflua, sem sutiã, cheia de barba e fumaça de cigarro.
A beleza física só foi colocada novamente em pauta pela geração punk. Só que pelo lado avesso. Os alfinetes furando o rosto e os cabelos agressivamente descoloridos, recoloridos e espetados deram início à exploração dos limites da beleza. Tudo era permitido e o legal era parecer original. Os pós punks dos anos ‘80 levaram a moda ‘fashion’ ou moda ‘de passarela’ ao auge. A fantasia da imagem tomou o lugar da realidade. Os ícones se tornaram muito mais ‘importantes’ do que as pessoas de carne e osso. A popularidade das drag queens ou das modelos anoréxicas exemplifica bem até onde se conseguiu expandir esses limites de beleza.
Hoje, com todas as possibilidades de ‘beleza exterior’ exaustivamente exploradas, os jovens passaram a valorizar mais o seu interior. A maquiagem e o figurino tornaram-se recursos muito superficiais para comunicar o seu novo estado de espírito. Hoje não é cool trocar de estilo pessoal como quem troca de guarda roupa a cada estação. Para os jovens, o importante, agora, é deixar claro que eles não são mais consumidores manipuláveis. “Legal é você ser dono de si mesmo, responsável pela sua própria imagem”. As tatuagens e outras formas de modificações corporais definitivas, por exemplo, tão popularizadas nos últimos anos, mostram, de maneira indelével, o quanto eles estão convictos disso.
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