Uma revolução comportamental, estética, ética etc

Durante a década de 80, o mundo mudou radicalmente seus rumos. Eventos contundentes marcaram essa mudança: o fim da Guerra Fria, o aparecimento da AIDS e a popularização do computador pessoal. Esses três eventos, verdadeiramente revolucionários, criaram um contexto político, social e cultural inteiramente novo. As gerações que nasceram sob esse signo foram desafiadas a formular novos padrões de comportamento, de gosto, novas visões de mundo e de futuro.

O que aconteceu de tão importante durante os anos 80

1979 a Sony lança o WALKMAN 1980 surge, no mercado, a primeira máquina de FAX 1980 Lesh Walesa funda o Solidariedade, na Polônia 1981 a IBM lança o primeiro PC (computador pessoal) com 64kb de memória e custando US$ 2.665 1981 os jornais anunciam os primeiros casos de AIDS em Los Angeles 1981 a Atari lança o VÍDEO GAME pessoal PACMAN 1981 a Warner Cabo inaugura a MTV 1983 a Apple lança o MOUSE para computadores 1983 surge o CRACK em Nova York 1983 surge a câmera de VÍDEO pessoal 1983 surge o CD (compact disk) 1983 decola a campanha das DIRETAS-JÁ 1984 é detectado o vírus da AIDS, o HIV 1984 surgem os primeiros jeans STONEWASHEDS 1984 a Apple lança o MAC 1985 Mikhail Gorbashev inicia a Perestroika (reestruturação) e a Glasnost (abertura) 1985 é descoberto o buraco na camada de OZÔNIO 1985 é selado o acordo para a instituição da União Européia 1987 Reagan e Gorbashev assinam primeiro acordo bilateral de redução dos arsenais nucleares 1988 é derrubado o Muro de Berlin 1989 Brasil faz suas primeiras eleições livres para presidente, desde 1960 1989 acontece o massacre da Praça da Paz Celestial em Pequim 1989 Tim Berner desenvolve a WWW ( internet)

UNDERGROUND

Os jovens querem ser marginalizados?


Sim. A juventude não quer ser associada ao establishment, ao sistema, ao mainstream. “O mercado vende apenas o que lhe dá lucro, as grandes redes de comunicação promovem apenas quem lhes patrocina e o governo mantém toda essa estrutura, que em troca, o sustenta também”. Ficando à margem desse esquema, os jovens têm mais espaço para criar, produzir, distribuir, difundir e, até mesmo, comercializar as suas idéias, que nem sempre são ‘patrocináveis, subsidiáveis ou vendáveis' no mercado comum.
Então, os jovens acabaram criando, ao longo do tempo, um ambiente próprio para o cultivo da sua cultura marginal, desobediente, insubordinada, subversiva: o chamado underground. Nos subterrâneos, na marginalidade pode-se fazer 'qualquer coisa', sem censura, sem preocupações mercadológicas, sem 'jabá'. O que se perde em qualidade de produção se ganha em liberdade de expressão. É o mega esquema de promoção e distribuição das super-produções culturais by Sony, MGM, Disney etc, contra a divulgação boca a boca e a distribuição de mão em mão das pequenas produtoras independentes.
Hoje em dia, apesar da diferença de escala, já não é tão difícil encontrar uma produção independente, alternativa, marginal, mais comprometida com os conteúdos do que com os lucros e que seja, ao mesmo tempo, uma produção de qualidade, de excelência. O desenvolvimento tecnológico disponibiliza, a custos cada vez mais baixos, recursos cada vez mais sofisticados. Populariza instrumentos de produção cultural que antes só era acessível às grandes empresas.
Hoje, por exemplo, um jovem músico não precisa mais se associar a uma gravadora 'major' para lançar seu disco. A sua gravadora é um computador caseiro, a divulgação é por conta de fanzines e e-zines, a venda é feita diretamente nos shows, pela internet, em lojas alternativas… é tudo muito prático, barato e, principalmente, possui o apelo comercial dos produtos 'caseiros', feitos 'ali na esquina', 'especialmente prá você', 'de amigo prá amigo', o que, atualmente, não significa mais um produto de baixa qualidade...

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