A tatuagem ainda é uma ‘coisa marginal’?
Não. Mas a tatuagem tem mesmo uma história intimamente ligada ao submundo. Presidiários, prostitutas, marcados de guerra, bandidos da Yakusa, atrações circenses, marinheiros e piratas, selvagens de tribos distantes… Uma história cheia de desinformações, preconceitos e imagens estereotipadas.
A tatuagem entrou no universo juvenil também pela porta dos fundos, sempre associada às gangues de rua, ‘turmas da pesada’, excluídos e marginais. Teddy Boys londrinos dos anos ‘60, motoqueiros tipo ‘Hells Angels’, Rockabillies, Surfistas, Metaleiros, Chicanos, Skatistas sempre deram um jeito de arrumar alguém que os tatuassem. Podia ser o marinheiro do porto mais próximo ou o desenhista mais talentoso da turma. Hoje, o número de tatuadores profissionais cresceu muito e os estúdios estão presentes em qualquer cidade que tenha o mínimo de vocação cosmopolita.
Com mais trabalho e clientes mais exigentes, o nível técnico dos tatuadores melhorou rapidamente, acompanhando a melhora da qualidade dos materiais e equipamentos disponíveis no mercado. Todo o ambiente da tatuagem se tornou mais culto e mais rico, o que aproximou as pessoas comuns dos estúdios, antes freqüentados apenas por experts.
Hoje, os jovens que se tatuam não são mais só os rejeitados sociais, personagens do submundo, maníacos, freaks ou gangueiros… São jovens de todas as classes sócio-culturais, que buscam uma auto-imagem menos ordinária e com mais histórias prá contar. Ainda que essa atitude os coloquem realmente à beira de preconceitos, estigmas e marginalização (ou talvez até por isso mesmo).
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